Mudanças entre as edições de "Código de Processo Civil N°13.105"
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− | + | Mensagem de veto | |
− | + | Vigência | |
− | + | Código de Processo Civil. | |
− | + | <center>A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:</center> | |
− | + | <center>PARTE GERAL</center> | |
− | |||
− | + | <center>LIVRO I</center> | |
− | |||
− | + | <center>DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS</center> | |
− | |||
− | + | <center>TÍTULO ÚNICO</center> | |
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+ | <center>DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS</center> | ||
− | + | ||
+ | <center>CAPÍTULO I</center> | ||
+ | |||
+ | |||
+ | D<center>AS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL</center> | ||
+ | |||
+ | |||
+ | Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais | ||
+ | estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observandose | ||
+ | as disposições deste Código. | ||
+ | Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções | ||
+ | previstas em lei. | ||
+ | Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. | ||
+ | § 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. | ||
+ | § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. | ||
+ | § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por | ||
+ | juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. | ||
+ | Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade | ||
+ | satisfativa. | ||
+ | Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportarse | ||
+ | de acordo com a boafé. | ||
+ | Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão | ||
+ | de mérito justa e efetiva. | ||
+ | Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades | ||
+ | processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz | ||
+ | zelar pelo efetivo contraditório. | ||
+ | Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, | ||
+ | resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a | ||
+ | legalidade, a publicidade e a eficiência. | ||
+ | Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. | ||
+ | Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: | ||
+ | I à | ||
+ | tutela provisória de urgência; | ||
+ | 2017511 | ||
+ | L13105 | ||
+ | http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/ | ||
+ | 2015/lei/l13105.htm 2/168 | ||
+ | II às | ||
+ | hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III; | ||
+ | III à | ||
+ | decisão prevista no art. 701. | ||
+ | Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se | ||
+ | tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. | ||
+ | Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as | ||
+ | decisões, sob pena de nulidade. | ||
+ | Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus | ||
+ | advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. | ||
+ | Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou | ||
+ | acórdão. | ||
+ | Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir | ||
+ | sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência) | ||
+ | § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública | ||
+ | em cartório e na rede mundial de computadores. | ||
+ | § 2o Estão excluídos da regra do caput: | ||
+ | I as | ||
+ | sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; | ||
+ | II o | ||
+ | julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos | ||
+ | repetitivos; | ||
+ | III o | ||
+ | julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas; | ||
+ | IV as | ||
+ | decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; | ||
+ | V o | ||
+ | julgamento de embargos de declaração; | ||
+ | VI o | ||
+ | julgamento de agravo interno; | ||
+ | VII as | ||
+ | preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça; | ||
+ | VIII os | ||
+ | processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; | ||
+ | IX a | ||
+ | causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. | ||
+ | § 3o Após elaboração de lista própria, respeitarseá | ||
+ | a ordem cronológica das conclusões entre as preferências | ||
+ | legais. | ||
+ | § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a | ||
+ | ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em | ||
+ | diligência. | ||
+ | § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se | ||
+ | encontrava na lista. | ||
+ | § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: | ||
+ | I tiver | ||
+ | sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de | ||
+ | complementação da instrução; | ||
+ | II se | ||
+ | enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II. | ||
+ | CAPÍTULO II | ||
+ | DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS | ||
+ | Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições | ||
+ | específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. | ||
+ | Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados | ||
+ | os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. | ||
+ | 2017511 | ||
+ | L13105 | ||
+ | http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/ | ||
+ | 2015/lei/l13105.htm 3/168 | ||
+ | Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições | ||
+ | deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. | ||
+ | LIVRO II | ||
+ | DA FUNÇÃO JURISDICIONAL | ||
+ | TÍTULO I | ||
+ | DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO | ||
+ | Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as | ||
+ | disposições deste Código. | ||
+ | Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. | ||
+ | Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento | ||
+ | jurídico. | ||
+ | Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. | ||
+ | Art. 19. O interesse do autor pode limitarse | ||
+ | à declaração: | ||
+ | I da | ||
+ | existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; | ||
+ | II da | ||
+ | autenticidade ou da falsidade de documento. | ||
+ | Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito. | ||
+ | TÍTULO II | ||
+ | DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL | ||
+ | CAPÍTULO I | ||
+ | DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL | ||
+ | Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que: | ||
+ | I o | ||
+ | réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; | ||
+ | II no | ||
+ | Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; | ||
+ | III o | ||
+ | fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. | ||
+ | Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considerase | ||
+ | domiciliada no Brasil a pessoa jurídica | ||
+ | estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. | ||
+ | Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações: | ||
+ | I de | ||
+ | alimentos, quando: | ||
+ | a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; | ||
+ | b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção | ||
+ | de benefícios econômicos; | ||
+ | II decorrentes | ||
+ | de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil; | ||
+ | III em | ||
+ | que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. | ||
+ | Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: | ||
+ | I conhecer | ||
+ | de ações relativas a imóveis situados no Brasil; | ||
+ | II em | ||
+ | matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à | ||
+ | partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio | ||
+ | fora do território nacional; | ||
+ | 2017511 | ||
+ | L13105 | ||
+ | http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/ | ||
+ | 2015/lei/l13105.htm 4/168 | ||
+ | III em | ||
+ | divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil, | ||
+ | ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. | ||
+ | Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade | ||
+ | judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de | ||
+ | tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil. | ||
+ | Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença | ||
+ | judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. | ||
+ | Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver | ||
+ | cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. | ||
+ | § 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste | ||
+ | Capítulo. | ||
+ | § 2o Aplicase | ||
+ | à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. | ||
+ | CAPÍTULO II | ||
+ | DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL | ||
+ | Seção I | ||
+ | Disposições Gerais | ||
+ | Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará: | ||
+ | I o | ||
+ | respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente; | ||
+ | II a | ||
+ | igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à | ||
+ | justiça e à tramitação dos processos, assegurandose | ||
+ | assistência judiciária aos necessitados; | ||
+ | III a | ||
+ | publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado | ||
+ | requerente; | ||
+ | IV a | ||
+ | existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação; | ||
+ | V a | ||
+ | espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras. | ||
+ | § 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizarse | ||
+ | com base em reciprocidade, | ||
+ | manifestada por via diplomática. | ||
+ | § 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença estrangeira. | ||
+ | § 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam | ||
+ | resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro. | ||
+ | § 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica. | ||
+ | Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto: | ||
+ | I citação, | ||
+ | intimação e notificação judicial e extrajudicial; | ||
+ | II colheita | ||
+ | de provas e obtenção de informações; | ||
+ | III homologação | ||
+ | e cumprimento de decisão; | ||
+ | IV concessão | ||
+ | de medida judicial de urgência; | ||
+ | V assistência | ||
+ | jurídica internacional; | ||
+ | VI qualquer | ||
+ | outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. | ||
+ | Seção II | ||
+ | Do Auxílio Direto | ||
+ | 2017511 | ||
+ | L13105 | ||
+ | http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/ | ||
+ | 2015/lei/l13105.htm 5/168 | ||
+ | Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional | ||
+ | estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil. | ||
+ | Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central, | ||
+ | cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido. | ||
+ | Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes | ||
+ | objetos: | ||
+ | I obtenção | ||
+ | e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou | ||
+ | jurisdicionais findos ou em curso; | ||
+ | II colheita | ||
+ | de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência | ||
+ | exclusiva de autoridade judiciária brasileira; | ||
+ | III qualquer | ||
+ | outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira. | ||
+ | Art. 31. A autoridade central brasileira comunicarseá | ||
+ | diretamente com suas congêneres e, se necessário, com | ||
+ | outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e | ||
+ | recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado. | ||
+ | Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem de | ||
+ | prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento. | ||
+ | Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à AdvocaciaGeral | ||
+ | da | ||
+ | União, que requererá em juízo a medida solicitada. | ||
+ | Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade central. | ||
+ | Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto | ||
+ | passivo que demande prestação de atividade jurisdicional. | ||
+ | Seção III | ||
+ | Da Carta Rogatória | ||
+ | Art. 35. (VETADO). | ||
+ | Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e | ||
+ | deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal. | ||
+ | § 1o A defesa restringirseá | ||
+ | à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial | ||
+ | estrangeiro produza efeitos no Brasil. | ||
+ | § 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade | ||
+ | judiciária brasileira. | ||
+ | Seção IV | ||
+ | Disposições Comuns às Seções Anteriores | ||
+ | Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente será | ||
+ | encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento. | ||
+ | Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos que o | ||
+ | instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido. | ||
+ | Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à | ||
+ | ordem pública. | ||
+ | Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira darseá | ||
+ | por meio de carta | ||
+ | rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960. | ||
+ | Art. 41. Considerase | ||
+ | autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive | ||
+ | tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via | ||
+ | diplomática, dispensandose | ||
+ | ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização. | ||
+ | Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado brasileiro do | ||
+ | princípio da reciprocidade de tratamento. | ||
+ | TÍTULO |
Edição das 15h43min de 15 de maio de 2017
Mensagem de veto
Vigência
Código de Processo Civil.
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais
estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observandose
as disposições deste Código.
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções
previstas em lei.
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por
juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade
satisfativa.
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportarse
de acordo com a boafé.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão
de mérito justa e efetiva.
Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades
processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz
zelar pelo efetivo contraditório.
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum,
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a
legalidade, a publicidade e a eficiência.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I à
tutela provisória de urgência;
2017511
L13105
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/
2015/lei/l13105.htm 2/168
II às
hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;
III à
decisão prevista no art. 701.
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se
tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus
advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público.
Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou
acórdão.
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para proferir
sentença ou acórdão. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública
em cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I as
sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II o
julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos
repetitivos;
III o
julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV as
decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V o
julgamento de embargos de declaração;
VI o
julgamento de agravo interno;
VII as
preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII os
processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX a
causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitarseá
a ordem cronológica das conclusões entre as preferências
legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte não altera a
ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em
diligência.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se
encontrava na lista.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que:
I tiver
sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de
complementação da instrução;
II se
enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições
específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados
os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada.
2017511
L13105
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/
2015/lei/l13105.htm 3/168
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições
deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
LIVRO II
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL
TÍTULO I
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as
disposições deste Código.
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento
jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.
Art. 19. O interesse do autor pode limitarse
à declaração:
I da
existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica;
II da
autenticidade ou da falsidade de documento.
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do direito.
TÍTULO II
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
CAPÍTULO I
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em que:
I o
réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil;
II no
Brasil tiver de ser cumprida a obrigação;
III o
fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considerase
domiciliada no Brasil a pessoa jurídica
estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal.
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações:
I de
alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, recebimento de renda ou obtenção
de benefícios econômicos;
II decorrentes
de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
III em
que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional.
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra:
I conhecer
de ações relativas a imóveis situados no Brasil;
II em
matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e ao inventário e à
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio
fora do território nacional;
2017511
L13105
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/
2015/lei/l13105.htm 4/168
III em
divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de bens situados no Brasil,
ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta a que a autoridade
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de
tratados internacionais e acordos bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a homologação de sentença
judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil.
Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação quando houver
cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva previstas neste
Capítulo.
§ 2o Aplicase
à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o.
CAPÍTULO II
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Seção I
Disposições Gerais
Art. 26. A cooperação jurídica internacional será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará:
I o
respeito às garantias do devido processo legal no Estado requerente;
II a
igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em relação ao acesso à
justiça e à tramitação dos processos, assegurandose
assistência judiciária aos necessitados;
III a
publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do Estado
requerente;
IV a
existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de cooperação;
V a
espontaneidade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.
§ 1o Na ausência de tratado, a cooperação jurídica internacional poderá realizarse
com base em reciprocidade,
manifestada por via diplomática.
§ 2o Não se exigirá a reciprocidade referida no § 1o para homologação de sentença estrangeira.
§ 3o Na cooperação jurídica internacional não será admitida a prática de atos que contrariem ou que produzam
resultados incompatíveis com as normas fundamentais que regem o Estado brasileiro.
§ 4o O Ministério da Justiça exercerá as funções de autoridade central na ausência de designação específica.
Art. 27. A cooperação jurídica internacional terá por objeto:
I citação,
intimação e notificação judicial e extrajudicial;
II colheita
de provas e obtenção de informações;
III homologação
e cumprimento de decisão;
IV concessão
de medida judicial de urgência;
V assistência
jurídica internacional;
VI qualquer
outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Seção II
Do Auxílio Direto
2017511
L13105
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20152018/
2015/lei/l13105.htm 5/168
Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de autoridade jurisdicional
estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interessado à autoridade central,
cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade e a clareza do pedido.
Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto terá os seguintes
objetos:
I obtenção
e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou
jurisdicionais findos ou em curso;
II colheita
de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência
exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
III qualquer
outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicarseá
diretamente com suas congêneres e, se necessário, com
outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e pela execução de pedidos de cooperação enviados e
recebidos pelo Estado brasileiro, respeitadas disposições específicas constantes de tratado.
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira, não necessitem de
prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências necessárias para seu cumprimento.
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminhará à AdvocaciaGeral
da
União, que requererá em juízo a medida solicitada.
Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for autoridade central.
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apreciar pedido de auxílio direto
passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.
Seção III
Da Carta Rogatória
Art. 35. (VETADO).
Art. 36. O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa e
deve assegurar às partes as garantias do devido processo legal.
§ 1o A defesa restringirseá
à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que o pronunciamento judicial
estrangeiro produza efeitos no Brasil.
§ 2o Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial estrangeiro pela autoridade
judiciária brasileira.
Seção IV
Disposições Comuns às Seções Anteriores
Art. 37. O pedido de cooperação jurídica internacional oriundo de autoridade brasileira competente será
encaminhado à autoridade central para posterior envio ao Estado requerido para lhe dar andamento.
Art. 38. O pedido de cooperação oriundo de autoridade brasileira competente e os documentos anexos que o
instruem serão encaminhados à autoridade central, acompanhados de tradução para a língua oficial do Estado requerido.
Art. 39. O pedido passivo de cooperação jurídica internacional será recusado se configurar manifesta ofensa à
ordem pública.
Art. 40. A cooperação jurídica internacional para execução de decisão estrangeira darseá
por meio de carta
rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, de acordo com o art. 960.
Art. 41. Considerase
autêntico o documento que instruir pedido de cooperação jurídica internacional, inclusive
tradução para a língua portuguesa, quando encaminhado ao Estado brasileiro por meio de autoridade central ou por via
diplomática, dispensandose
ajuramentação, autenticação ou qualquer procedimento de legalização.
Parágrafo único. O disposto no caput não impede, quando necessária, a aplicação pelo Estado brasileiro do
princípio da reciprocidade de tratamento.
TÍTULO